quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

O céu e o mar

Sob o azul mais anil visto,
os vestígios das águas fizeram da areia um espelho.
Passos que o quebraram, não em cacos,
mas em portas, túneis e portais.
E o mar refletiu o céu.

As ondas que brincam e brigam;
revoltaram-se, e em seus três sentidos,
vitoriosos saíram nas milhares de batalhas travadas
entre as águas e os pés persistentes.
E o mar acalmou-se.

A feminilidade o fez rosa,
e o oposto o fez azulado.
Em degradê, humanizou-se.
O pouco restante evaporou,
fez-se do desconhecido previsível uma neblina.
E o mar fundiu-se ao céu.

Após o grande espetáculo,
somente o tolo guerreiro ameaçaria
o que agora era um só.
O breu, o negro, os astros e seus reflexos.
Finito, agora ultrapassou o cosmos.
E o mar virou o céu.