sábado, 31 de outubro de 2009

Tic-tac

No momento, minha maior vontade é pular em frente a um carro em um trânsito apressado, enquanto espero ansiosamente pelo tic-tac final do relógio.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Tola

Minha maior vontade é sumir, fugir para um lugar onde eu não me lembre muito bem de quem eu sou, de quem eu fui.
Ou de simplesmente arrancar meu coração fora, pois deste jeito ele não pertence a mim. Sou humana, e sofrimento assim vai além de todos os conceitos existentes.

Mate-me logo com a crua verdade. Diga que não me quer mais, e não me deixe, tola, ficar esperando palavras utópicas. Prefiro agora, do que a longo prazo.


Novamente: me contaram a maior mentira de todos os tempos, e não quero provar que é verdade.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Amor V - Inconcebível

No meio de todo esse alvoroço, só sei de uma coisa: não quero perdê-lo.
Por ser de baixa estatura, meu campo de visão é limitado. Mesmo correndo em todas as direções, o mais alerta possível, não consigo encontrá-lo. Mas não posso perdê-lo de vista!
Questão de vida ou morte de minha alma.

Encontrei a pessoa que me fez ter vontade de viver. Agora ela se foi, e não sei nem em qual direção. Preferia perder um braço, mas não isto; ele.
Se sumiu desta maneira, é óbvio que não quer me encontrar. Não quero acreditar na realidade. Não posso. Não vejo como. Inconcebível. Acabaram de me contar a maior das mentiras. Pronto.

O que posso fazer, eu já fiz. Gritei do ponto mais alto da cidade pelo Amor, e não obtive resposta. A questão é que não consigo ficar parada vendo meu amor ir embora. Levou junto, de uma vez, a minha alma.

Clichê

O dia passa, com a estranha relatividade do tempo, até o momento da paz de 4 horas. Insuficiência em administrar os horários, mesmo assim estar acordada é torturante.

Nada mais clichê do que dizer que sinto tijolos sobre os meus ombros, e que meu coração foi baleado há semanas.

A abstinência de uma alma tornou-me ranzinza. Não nasci para o nervosismo; é a exata mudança que não quero que aconteça. Devolva-me a minha calma e a minha fala, pois não sei mais o que ando murmurando pelos cantos.

domingo, 25 de outubro de 2009

Felicidade barata

As vezes penso se eu deixar as emoções e os sentimentos me enganarem, terei uma felicidade barata e intensa, mas em poucos momentos. Ser forte e persistir contra, trará muita mais dor, mas quem sabe uma alegria verdadeira posteriormente...

A questão é que ninguém quer sofrer, e estes "risos para depois", não se sabe quando se manifestarão. Resta-nos esperar pacientemente. Paciência já foi uma virtude minha, que está em declínio ultimamente. Não me lembro de ser tão ansiosa, com tantas manias para amenizar a pressão.

É este tempo até os momentos bons (pois é o ciclo da vida) que me mata, que me deixa nesta agonia, neste nervosismo. Ando para todos os lados mexendo em tudo, e ao mesmo tempo em nada. Minha cabeça, enquanto permaneço sentada durante horas simplesmente admirando meus dedos, fica a mil, viajando para quaisquer situação, desde as fúteis até as mais profundas. As soluções nunca se apresentam. Elas me deixam na vontade, me provocando, com estes feixes de felicidades baratas. Me enganam, me tentam e me ganham.

Realmente não sei mais para onde direcionar meus pensamentos. Se um dia eu tive metas ou planos para o futuro, se perderam no labirinto sem saída que se tornou a minha mente. Apenas sigo o presente e as minhas obrigações, no primeiro caminho que me aparece.


N.A.: Não estou mais preocupada com o vestibular, enquanto estive uma pilha por conta disso desde o início do ano.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Carta ao amor

19 de outubro de 2009
Doce amor,

Sinto muito por enganar-te desta forma, mas esta é uma carta pré-suicídio. No momento em que renegou-me a felicidade, a televisão nunca pareceu-me tão cinza, as pessoas nunca estiveram tão distantes, os livros escritos com letras tão ilegíveis, e o papel com formas tão ameaçadoras. Sinto o medo sempre presente, e o esquecimento também. Medo de que esqueça minhas singelas palavras.

Não há razão para permanecer acordada, porém dormir é aterrorizante. Não são os pesadelos, é a sua ausência em meus sonhos. Esquecer-te jamais, pois nunca esteve tão dentro de mim, e meu amor por você adentra cada vez mais no infinito.

Mas o que fazer? Peço perdão pela minha incapacidade, mas creio ter avisado-te antecipadamente sobre minha falta de ser. Acredite, fui feliz. Também sofri, e como sofro! Mas jamais, jamais negarei seu poder sobre mim. Coitados aqueles que colocam a negatividade do ódio sobre este doce amor. Não arrependo-me, mas alegro-me simplesmente de ter vivenciado o mais puro e belo de todos os sentimentos com tão poucos anos de vivêcia. Entristeço-me em perder meu último e mais precioso feixe de alegria. Perder a alma; nem assim seria pior.

Sinto falta de todos os aspectos. Acredito não ser uma sensação recíproca, mas sim aliviante. Como me perco em seus olhos quando sabia que me fitavam com carinho; e deu seu abraço feito sob medida. Das vezes em que, abobados, ficamos deitados, sorrindo, para deixar um pouco da paixão escapar, de tão imensa, ora conversando normalmente, ora pelo olhar. Lembra da nossa primeira e mais inocente noite juntos? Ao acordar disse-me "Você está aqui!", me abraçou e fechou os olhos novamente, com um leve sorriso.

Como fui ingrata! Você me deu o mundo; seu mundo, e eu fui fria por não perceber. Minhas desculpas dou junto com meu sangue, por serem maior que meu corpo. Tudo relacionado ao doce amor vai além de qualquer matéria física ou entidade espiritual. Simplesmente é o amor. Ensinou-me a ver a simplicidade da vida, e cega de orgulho não vi. Qual a diferença entre ver e enxergar? Creio não ser possível avançar no auto-conhecimento por agora, senão esta carta não será nenhum aviso prévio, será o próprio.

Mas que poder tenho sobre as suas decisões? Quero que seja feliz, compensando o que não fomos, em partes. Sabe como não desejo o mal a ninguém. Eu não te conheço mais e vice-versa.

Será eterno meu primeiro amor. Sempre iludi-me em ser o último, mas eu sei, não é assim. Minha condição, única, não se adepta a nós no momento.


Meu doce amor,
te amarei até minha última gota de sangue.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Mãos

19.10.09

Seja firmando a caneta sobre o papel, ou segurando um mero copo d'água, minhas mãos fraquejam. Automáticas em seus ágeis movimentos, instintivamente seguem a rotina. Momentos imprevisíveis diriam há semanas o óbvio, mas graças à razão também lhe fascinam o azul - o bastante para ser intocável.

Mãos trêmulas escrevem sobre o medo, enquanto as fracas descrevem o desespero. Estas aqui contam sobre o amor. Diria eu que são as mãos mortas de Deus (lembrem-se: o dedos de ouro!).

Veja as cartas de amor, quanta paixão estão em seu conteúdo. Platão já passou por aqui, assim como o homem em pessoa. Ao longo do tempo ganha-se experiência, e eis a mais verdadeira que balbuciaram estas mãos; em escritos eternos.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Álvares de Azevedo

Se eu morresse amanhã

Se eu morresse amanhã, viria ao menos
Fechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã!

Quanta glória pressinto em meu futuro!
Que aurora de porvir e que manhã!
Eu perdera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã!

Que sol! Que céu azul! Que doce n’alva
Acorda a natureza mais louçã!
Não me batera tanto amor no peito
Se eu morresse amanhã!

Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o dolorido afã…
A dor no peito emudecera ao menos
Se eu morresse amanhã!

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Amor

Amemos! Quero de amor
Viver no teu coração!
Sofrer e amar essa dor
Que desmaia de paixão!
Na tu’alma, em teus encantos
E na tua palidez
E nos teus ardentes prantos
Suspirar de languidez!

Quero em teus lábio beber
Os teus amores do céu,
Quero em teu seio morrer
No enlevo do seio teu!
Quero viver d’esperança,
Quero tremer e sentir!
Na tua cheirosa trança
Quero sonhar e dormir!

Vem, anjo, minha donzela,
Minha’alma, meu coração!
Que noite, que noite bela!
Como é doce a viração!
E entre os suspiros do vento
Da noite ao mole frescor,
Quero viver um momento,
Morrer contigo de amor!

domingo, 18 de outubro de 2009

A lâmina II

Celebro nosso aniversário em meio ao sangue a às lâminas; mais brilhantes do que jamais estiveram.

Buraco negro

Abaixe a cabeça, e tampe seus olhos com as mãos, enquanto seus cotovelos estão apoiados na mesa. Não pense que estão molhados. O que está úmido são seus pensamentos; quando derramados sobre o chão, corroem-no.
Um buraco negro que não dá chance nem para a luz, leva junto a minha alma.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Zumbi

Estou tão cansada, com tanto sono... Como eu queria continuar acordada! Ter forças para pensar, e paciência para aguardar o descanso.
Não quero estar desligada! Posso continuar falando? Pequenos feixes de sanidade, microscópicas ilusões de felicidade, grandes ondas de esperança e a verdadeira decepção.

E não me cale. Devo estar afastando os risos, mas não vou ficar parada esperando a bela música entrar pelos meus ouvidos. Vou até ela, brutalmente como um zumbi.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

De que adianta?

Sanidade enlouquecida, pare de me perseguir. Rejeitei-te por agora. De que me adiantará permanecer sã, quando minhas mente e alma estão apodrecidas?
Alguém grite de mim! Deixe que os sons saiam pelos meus olhos, pelos meus dedos, porque minha boca encontra-se lacrada.
Procure as palavras certas, quando estiver em condições apropriadas. Espera... Tarde demais. De que adianta agora? Perdeu-se na loucura, no excentricismo, nos violões, nos outros mundos, nas amizades e no amor.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

[ ]

Não consigo me conter. Não gosto de espaços em branco.

Amor rasgado

O tempo previsto passou, e me sinto mais que pronta! Excitada, eu diria. Com este futuro tão promissor que vejo à minha frente... Sinta minha ironia, por favor.
Não consigo carregar uma alma tão inocente, com tanta malícia e malignidade. Rejeito-a, pois. Mato-a depois.
Com tanta simbologia, perdi-me em meus devaneios secretos. Adotei um novo estilo de vida, diferente do usual, e ainda sou distraída pelo velho.
Não é para ter sentido, estes escritos, apenas para ter páginas molhadas, manchadas de tinta vermelha.
São parágrafos sem ordem, sem cronologia, mas cada letra possui seu devido valor. "Entenda-me", dizem; "Entendam-me!". Em vão.
Os dias passaram, o descanso se foi, mal sucedido. Agora que o amor está tão rasgado, posso me matar?

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

O dia dos exaustos

Como é estar sem forças, sentindo-se meio grogue, sem o poder de continuar com o braço erguido?
É o dia dos exaustos; seus efeitos colaterais.
Apenas sinta.

sábado, 10 de outubro de 2009

Vinho

Ah, abra a garrafa de vinho! Vamos comemorar!
Comemorar o fim das esperanças, dos sentimentos sobreviventes, e do rancor restante!
Só nós dois, em sua casa, como havia me prometido. Encontrariam-nos no ápice do amor, meu bem. A noite que tanto esperávamos.
Amor rasgado, seria. O amor manchado de álcool.

Aquele vinho estragado que tanto insistia em beber está fazendo-me passar mal, novamente. Me ajude, certo? Não quero estar assim sozinha.

Derrame-o sobre os meus pés, e faça-me espernear. Gritarei e farei escândalo, para te contrariar. Então veja quão grandiosa foi minha mudança, ao não te dar um tapa no rosto.

Mas só deixarei que me beije se a bebida for só nossa. Exclusivamente nossa. Então faremos nosso amor rasgado.



Lembre-se! O dia do descanso dos exaustos se aproxima. Duplique a dosagem, ou mais.

Bolha

Sucumbiu dentro da bolha, e com persistência (ou não), está nadando contra todas suas próprias correntezas para alcançar o fundo do poço.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Águas

A fim de limpar seu vazio, encontrou o refúgio da indução de lágrimas. Ali ficou por poucas horas, quando reconheceu ser maior que o próprio buraco. Este já cheio, de tanto chover nesses dias nublados e sombrios que encobriam sua situação.
Uma decisão repentina faz-te acordar e mudar de espaço, pois a caminho do destino encontra os verdadeiros choques modernos. Analisava com carinho o anel que lhe foi presenteado por um homem - simples -, e que olhava fundo em seus olhos. Mas sentia o peso desse olhar em seus dedos, além da gélida brisa que apavorava mais ainda a alma perturbada.
A conduta da indução levou-a à verdadeira cachoeira, perdida em selvas distantes, onde apenas corajosas (ou medrosas) pessoas encontrariam.
Em meio a tantos significados, tantas interpretações, tantas pessoas e sons, achou, finalmente, o melhor refúgio de todos que havia experimentado. Ah, seus remédios foram rebaixados, mas os exaustos não esquecerão!
E aqueles lábios que não lhe foram prometidos àquela noite... Encostaram em seu rosto, em seus lábios. Os lábios que eram seus amores e horrores. Onde se perderam, céus. Estes que balbuciavam em seu ouvido, beijavam-lhe na nuca...
Enquanto subia para o triste caminho para casa, solitária e parcialmente afogada em seu poço e em sua cachoeira perdida, imaginou o imaginável. O pior que sua mente poderia proporcionar. O masoquismo sempre atraiu suas especiais atenções; mas não nesta noite. Exausta, não queria estar assim. Não construiu uma represa. Veio pensando nas melhores ideias para liberar as correntes, mesmo que seja metaforicamente, da maneira mais estranha que pôde fazer, mas nada, nada que realmente transparecesse o fundo do buraco. Água suja, é o que as cidades fazem.
A própria água que contamina seus ideais, e que purifica seus valores e inspirações.
Sucumbiu entre as bolhas, e com persistência, está nadando contra todas suas próprias correntezas para alcançar o fundo do poço.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Exaustos

Como uma alma semi-morta, assim caminham os exaustos.
Exaustos de continuarem despertos. Não há felicidade quando os olhos estão abertos, porém fechados.
Ao encostarem as temerosas cabeças em seus respectivos travesseiros, únicos, em cada sonho saem os verdadeiros risos; talvez em meio a grunhidos durante o sono, murmurarão pequenas risadinhas que chegam aos nossos ouvidos.
Durante o dia mal aguentam o peso de seus corpos. Os ombros feitos de pedra fazem com que os exaustos fiquem curvos interiormente. Mas ao chegar a noite, ansiando pela suavidade, no ápice de sua cor, perdem as esperanças de encontrá-las. Vagam incessantemente sem saberem o que estão fazendo. Estão cansados demais para pensar.
Os exaustos estranham o vazio que há em seus sentimentos. Anormalidade para fases tranquilas, um salto com pequenos toques.

Dormir eternamente, é o que querem. Descansarão na paz que sempre buscaram.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Aquário

Aquário,
beije-me com seus lábios de vidro.
Atente-se para que não trinque;
não quero sangue ou sua água em minha boca.

Divina é a luz.
Os raios de sol adentram os doces mares;
graças a isso,
diga olá aos seus telespectadores, peixes.

Pinte o aquário de preto,
e toda a luz será absorvida.
Pinte-o de branco,
e os feixes serão refletidos de volta.

Escolha esconder-se.
Faça com que as pessoas vejam o superficial.
Este vidro transparente,
não é tão óbvio assim.

Pinte de preto, mas finja ser branco.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Ventos

Os ventos levam as folhas e as dores aos esbarrarem em árvores e pessoas.
Pessoas sentadas nos galhos de árvores, ao se esbarrarem nos ventos, lançam seus risos juntamente com as pétalas de flores.

Alegria facetada

A alegria facetada que sai de minha boca são ecos de murmúrios e lamentos vindos do meu interior.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Desorganizado

Quanta desorganização.
Quantas coisas!
Como uma pessoa vive nesta casa?
Apenas um louco seria capaz.

Este louco que aos poucos poria tudo em seu devido lugar,
aos poucos,
sem demora e sem pressa,
em seu perfeito ritmo.

Assim sucede a limpeza de sua própria casa.
Apenas sua.
Apenas para seu interesse;
não para estas visitas loucas que batem à porta.

Um dia...
Tão perto e tão longe...
verá que existe, sim, um tapete na sala!
Agora arrume-o, louco.