segunda-feira, 30 de maio de 2011

Hoje - 2

Meu amor, hoje acordei com uma saudade tremenda de você. Acho que é porque nas segundas eu costumava sentir sua falta na minha cama, encolhida, virada para mim, mas sempre tampando o rosto. Mesmo sempre tendo lhe visto nos sábados, às vezes nos domingos. Mas eu acordei atrasada, sem tempo de pensar. Dormi tarde, por estar demais em você.

Hoje eu percebi que quando a vida nos tira algo, nos dá um apoio. Grandes amizades surgem nas horas mais precisas, e as velhas florescem. São os amigos que me fazem ter força de querer não lhe ter mais, só que nada é tão fácil assim. Um dia, uma semana, um mês, quem sabe...

Hoje eu me vi desesperada. Sei que eu sorri, só não queria ter lhe desapontado de tal forma. E a incompetência de me redimir é o que me deixa assim. Eu faria tudo, você sabe, eu sei. Mas você não quer, não me deixa, não é a hora, eu sei... Não, não sei. Não sei não lhe querer. Não queria lhe desiludir, porque o que tivemos foi o mais forte para mim. Queria ter sido o mesmo para você. Queria ter feito diferente. Quando pensamos conhecer um sentimento, ele vem, nos surpreende, nos transforma em alguém melhor. Você me fez feliz demais, saiba disso.

Hoje eu conclui que não lhe esquecerei tão fácil assim. Como me disseram, mais uma mulher, mais um drink...

domingo, 29 de maio de 2011

Hoje

Entrar na casa e já saber que estará vazia... A solidão sempre foi meu refúgio, e mesmo apagando as luzes, fechando meus olhos, me agasalhando contra qualquer vento frio que vier me resfriar, a mente está agitada, como se gritasse, se pensasse alto em silêncio.
Não é a minha dor que eu mostro a todos que se aproximam. Essa é minha. Mas sim o meu sorriso. O que eu sinto eu passo a quem está perto de mim. Que se sintam bem comigo.

Entrar no quarto e saber que um dia um amor já passou um tempo por lá. As memórias são o que me fazem ir além do sentimento, mas o que importa? Hodie et nunc. Seja, e o que lhe vier, seja. Conte-as para quem quiser lhe ouvir e tire sensações de seus ouvintes. Sonhe com suas histórias, e guarde-as no coração. Nunc et semper.

Tirar suas roupas e saber que já o fizeram por você, certas vezes. Ame, e mesmo que acabe, não se esqueça.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Pablo Neruda

Poema 7

Inclinado en las tardes tiro mis tristes redes
a tus ojos oceánicos.

Allí se estira y arde en la más alta hoguera
mi soledad que da vueltas los brazos como un
náufrago.

Hago rojas señales sobre tus ojos ausentes
que olean como el mar a la orilla de un faro.

Sólo guardas tinieblas, hembra distante y mía,
de tu mirada emerge a veces la costa del espanto.

Inclinado en las tardes echo mis tristes redes
a ese mar que sacude tus ojos oceánicos.

Los pájaros nocturno picotean las primeras estrellas
que centellean como mí alma cuando te amo.

Galopa la noche en su yegua sombría
desparramando espigas azules sobre el campo.



Do livro: 20 Poemas de Amor y Una Canción Desesperada

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Alicia Cid

Los caminos

Pienso que los caminos son caminos
sólo cuando olvidamos que son puentes.
Pienso que los caminos son distancia
sólo cuando ignoramos que son puentes.
Hoy, por ejemplo, yo salgo a mi camino
y veo enfrente a otro que sale a su camino.
Yo miro su camino y mi camino desaparece.
El otro mira mi camino
y tal vez su camino le parece absurdo.
Pero quizás mañana yo salga a mi camino
y no mire hacia el otro que sale a su camino.
Puede que el otro mire, sin verlo, mi camino.
Puede que el otro vea mi camino y lo olvide.


Do livro: Nada, y el Corazón

Jose Ruiz Sanchez

Azul tinta

No queda la verdad. Queda
el tiempo que reúne lo vivo. No
queda el tiempo sino el recuerdo, no basta
dormir, queda
escribirlo. No hay
ocasión de decirlo cualquier día sino
siempre. Eso pasa y
esto se mueve. Lo demás
es un descolorido extravío andando
del revés, a lomos
de una secretísima ciencia.
No
se vive, regresan
las palabras
por ello. Y
esto es todo
cuanto discurre y se
llena.

Algunas cosas saben lo que no se dijo
nunca, y se tintan de una benevolencia
cansada. Se resuelven
en las aves que vuelan y se paran
a oír cuando en septiembre
vuelven los vientos primeros y habladores.

Ven con ellos.


Do livro: El ojo de la cerradura