sexta-feira, 31 de maio de 2013

Parede preta

Escrevi nas paredes coisas de loucura com
tinta preta e letra simples.
Marcadas, as loucuras, elas podem
pairar por entre os sonhos e encontrar
algum lugar que se fixem e pensem,
talvez, com suas loucas mentes,
loucuras de como ser, de onde estar,
de qual viver - o sonho, a parede, o ar
ou a realidade, afinal, se é louco,
nada convencional há de ser, estar ou viver.

terça-feira, 28 de maio de 2013

Oceano além

Não sou muito além
do que é passível de ir além:
sigo além até o além de um oceano.

Não vou muito além
do que é possível de partir além,
ando além pela margem do oceano.

Não dou muito além
do que é perceptível de agir além;
faço além do além do oceano.

terça-feira, 14 de maio de 2013

Tempo impassível

O tempo não passa, o
tempo não para, o
tempo não passa, o
tempo não parte, o
tempo não passa, o
tempo não pare o tempo
bom; o tempo ruim
não passa, o
tempo não perece.

Ponto

Minha mão treme;
escrevo torto, pois;
desenho torpe,
atenta ao ponto, atrelo a letra.
Atravesso o trabalho de treinar
o próprio pontilhismo.
O preito, o principal ponto:
exposto na ponte,
apresentação;
prensão e pressão do pensamento

Posses

Só tenho as palavras,
só tenho a solidão,
só tenho a Federico,
só tenho a mim,
só tenho a dor,
só tenho a angústia,
só tenho a Ana C.
Só tenho o corpo,
só tenho o memorial,
só tenho o ódio,
só tenho o apego,
só tenho o tempo.
Não tenho o perdão,
não tenho o coração.

Alma solta

Como se
minha alma se desprendesse
do corpo, fico gelada por
dentro, já que minha
alma se desplantou, fico
leve, já que minha
alma se despendeu, fico
livre, já que minha
alma se despachou.