terça-feira, 26 de outubro de 2010

Coração

Meu sorriso tem o nome de um rapaz
de tão bela voz, e uma calma que me inquieta.
Sua presença me acelera;
seu toque me tenta
aos tropeços,
sem tato,
no entato,
tal toque
é o tambor
tremoroso,
tremendo,
estrondoso;
e termino
o tentar,
transformo-o
em tornar,
encontrar
um jeito
de tê-lo
tão perto,
tão certo,
incorreto,
imperfeito,
este feito,
este tom,
meio tom,
para mim.

Rapaz são, de tão série expressão; sua ausência me acalmou.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

O silêncio

Não queria ter de lhe suplicar palavras, meu velho amor. Seu silêncio me engana; sei que esta é a sua expressão. Você me conta sobre seu dia, enquanto eu ouço "Não te chamarei mais de amor. Sejamos amigas"; enquanto eu penso "Chama-me de amor, diga que me ama hoje, diga que sente minha falta"; enquanto você diz que não quer mais estar aqui, que vai dormir, e eu lhe peço, diga que me quer em sua cama, que quer se deitar comigo. Mas não. O silêncio é a sua expressão; seu silêncio não me engana, seu silêncio me diz "Nada tenho a dizer, nem para você".