sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Sobre o que mudanças são capazes

Do amor que antes era certo, com mudanças se tornou quase inimigo, mas também introspectivo.
A vida se tornou mais sozinha, mais apenas a cidade e eu. Eu, sem graça por ser nova, fiquei um pouco sem graça por ser jovem. Encaro a cidade de baixo e não sei muito bem o que dizer. O que posso fazer agora? E daí tentar se dar um pouco para esta cidade, e se dar além do ascendente, ser o que é, pensar em voz alta, eu quero ser assim, quero isto, quero ir a praia, quero ser boêmia e sê-la só. Quero conquistar algumas coisas e então estou sozinha, quero repetir umas palavras e insistir e persistir até onde der, porque não há o que perder se estou só.

Cenas

A primeira cena começa assim: abro a porta do meu quarto e te digo: - É assim que está a minha vida; e você pode me responder com algo óbvio como "Bagunçada...". Na segunda cena eu abro algumas portas da minha mente e não preciso dizer nada, você vai sentir. Nas próximas, eu, talvez, apresente outras portas, frestas, janelas, buracos na parede, até prisões da cabeça, e pergunto se ainda quer continuar com isso. Você me responde que sim, e então outros orifícios se abrem. A cena final se aproxima. Eu também conheço você, e você me conhece cada vez mais, e eu também. As últimas cenas são os motivos pelos quais nós estivemos encantadas o tempo todo, nos mavarilhando com o assombroso. Assim, se possível, cativaremos o espectador uma lágrima o surpreende: a cena final algo terrível acontece e todas as portas, janelas, buracos, orifícios em geral, são fechados.

terça-feira, 12 de novembro de 2013