sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Quantas injustiças.

A luta por uma vista mais privilegiada.

Quando a onda que vem
de lá,                     dali,
a luta vem de todos os lados.
A areia levanta,
que vista! O que oculta
a duna, a caverna,
a trilha entre folhas?
Que lei da natureza há
que os homens aprenderam que o poder
e a hierarquia prevalecem enquanto
tudo é bonito; não dócil,
inóspito, porém não cruel?

A maldade está em todas instâncias,
até no efêmero: um olhar,
ou uma palavra proferida sem pensar.
Sem pensar na atitude,
sem pensar,
não pensar é dávida e é maldade.
Até no breve que é a vida.

Encontros

Todo encontro é tão caro...
Até o meu com o teu, trino.
São três palavras que significam uma só.
São três instantes que perduram até: momento memória museu.
São três ouvintes para cada sílaba:
infinito tem quatro, apego tem três, envolvimento tem cinco,
um, dois, menos seis, zero.
Em infinitos encontros incontáveis cada segundo é um encontro,
cada encontro é inusitado,
cada "eu te amo" são tão inúmeros quanto eternos -
grãos de areia, ondas puladas, marolas atravessadas,
peixes avistados, veias existentes, passos dados,
torturas executadas, índios vivos, pessoas odiadas.
Até que ponto cada encontro é caro e contável?