Espaços
pequenos,
ínfimos
pontos
sobressalentes,
em vermelho,
em preto
e branco.
Espaços
pequenos,
ínfimos
pontos
espalhados,
extintos,
em sangue
sobre pele.
Espaços
pequenos,
ínfimos
pontos
elétricos,
na mente,
em caos
e tempestade.
Espaços
pequenos,
ínfimos
pontos
intersociais,
quebradiços,
na vida senão
na morte.
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013
terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
Florbela Espanca
Noite de Saudade
A Noite vem pousando devagar
Sobre a Terra, que inunda de amargura ...
E nem sequer a bênção do luar
A quis tornar divinamente pura ...
Ninguém vem atrás dela a acompanhar
A sua dor que é cheia de tortura ...
E eu ouço a Noite imensa soluçar!
E eu ouço soluçar a Noite escura!
Por que és assim tão escura, assim tão triste?!
É que, talvez, ó Noite, em ti existe
Uma Saudade igual à que eu contenho!
Saudade que eu sei donde me vem ...
Talvez de ti, ó Noite! ... Ou de ninguém! ...
Que eu nunca sei quem sou, nem o que tenho!!
Do livro: Livro de Mágoas
sábado, 16 de fevereiro de 2013
Girassol
Onde está, onde, que eu não encontro? Procuro por todas as partes, por todos os cantos, até nas poesias empoeiradas. Se eu limpá-las, talvez ache o que busco. Onde está? Se estiver nos versos, quando eu os tiver limpado, pode ser que sejam dourados. Onde? Até nas flores, pois estas curam dores, amenizam um coração angustiado; por serem tão belas, por serem tão expressivas. Até em um girassol, é possível que esteja em um girassol. O girassol segue o Sol, assim como eu. Meu pensamento nunca está longe da luz de um radiante girassol, da luz do Sol, da luz das estrelas. Há quem sofra ao ouvir as estrelas, durante a noite. Eu sofro desse mal, por isso mantenho a reflexão no Sol, em um único girassol, para poder ouvir sempre sua voz que me deixa tão angustiada de alegria. Talvez eu deva começar a procurar por aí, pelos girassóis.
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