O mundo que venci deu-me um amor
(...)
O mundo que venci deu-me um amor
Alado galopando em céus irados,
Por cima de qualquer muro de credo,
Por cima de qualquer fosso de sexo.
(...).
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
A casa de espelhos
Afogou-se na casa de espelhos, obrigado pela madrugada.
Reservou-se na casa de espelhos, e calou-se.
Aproximou-se.
As paredes eram espelhos, o teto era espelho, o chão era espelho,
o mundo era espelho; a casa era espelho, de espelhos.
À sua frente, um corpo.
Em sua posição, outro corpo.
Por todos os cantos: corpos, e mais corpos, e mais corpos...
Debaixo de seus pés, a profundidade de um clarão
(o mais belo e vívido, epifânico, sob olhos secos e compulsivos).
Acima de sua cabeça, a altura do divino.
Nunca será seu reflexo,
a passagem de um futuro.
Todos esses espelhos eram seu pretérito,
endividados,
enlouquecidos e esquecidos em um presente,
no qual, neste momento,
fundiu-se ao explendor de mãos críticas.
Imagens vermelhas apavoram,
porém aliviam.
Não houve espelho que tivesse passado desapercebido,
pois na casa de espelhos, o espelho é o inimigo,
o diabo,
vulto perdido que o corrompe.
Na casa de espelhos, o corpo é mero produto do prazer,
refletido em todos os lados,
a todo o tempo,
fracionado em detalhes.
Não se pensa na casa de espelhos.
Não se ouve,
não se diz.
Faz-se.
Reservou-se na casa de espelhos, e calou-se.
Aproximou-se.
As paredes eram espelhos, o teto era espelho, o chão era espelho,
o mundo era espelho; a casa era espelho, de espelhos.
À sua frente, um corpo.
Em sua posição, outro corpo.
Por todos os cantos: corpos, e mais corpos, e mais corpos...
Debaixo de seus pés, a profundidade de um clarão
(o mais belo e vívido, epifânico, sob olhos secos e compulsivos).
Acima de sua cabeça, a altura do divino.
Nunca será seu reflexo,
a passagem de um futuro.
Todos esses espelhos eram seu pretérito,
endividados,
enlouquecidos e esquecidos em um presente,
no qual, neste momento,
fundiu-se ao explendor de mãos críticas.
Imagens vermelhas apavoram,
porém aliviam.
Não houve espelho que tivesse passado desapercebido,
pois na casa de espelhos, o espelho é o inimigo,
o diabo,
vulto perdido que o corrompe.
Na casa de espelhos, o corpo é mero produto do prazer,
refletido em todos os lados,
a todo o tempo,
fracionado em detalhes.
Não se pensa na casa de espelhos.
Não se ouve,
não se diz.
Faz-se.
Rouquidão
Quase não se diz.
A voz falha.
As frases se misturam,
as palavras se confundem.
Os ruídos são rasos;
os rumores são ralos;
os rugidos são rasgados.
Quase não se ouve.
A voz é rouca.
Os sons são fulgazes;
os lábios são vorazes.
As ideias estão rentes à sede.
A voz falha.
As frases se misturam,
as palavras se confundem.
Os ruídos são rasos;
os rumores são ralos;
os rugidos são rasgados.
Quase não se ouve.
A voz é rouca.
Os sons são fulgazes;
os lábios são vorazes.
As ideias estão rentes à sede.
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
O fim
Eu não deveria ter-lhe dito.
Rapaz de tão série expressão, seu sorriso calentou a paixão de uma menina.
Coração, este, tão fulgaz quanto a pressa de amar.
Paixã, esta, tão intensa quanto o mistério de saber como seus lábios pronunciariam o meu nome...
E você o fez.
Quisera eu, agora, que não soubesse de mim;
quisera eu...
O sentimento somente será puro e real enquanto secreto.
Rapaz de tão série expressão, seu sorriso calentou a paixão de uma menina.
Coração, este, tão fulgaz quanto a pressa de amar.
Paixã, esta, tão intensa quanto o mistério de saber como seus lábios pronunciariam o meu nome...
E você o fez.
Quisera eu, agora, que não soubesse de mim;
quisera eu...
O sentimento somente será puro e real enquanto secreto.
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