terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Cega

Meu coração acelerou, inflou de ânsias. E eu só tinha pensado na menina. Só tinha lido o seu nome; o reflexo das letras no meu óculos, na noite escura - apenas a luz do celular acesa. Nada de mais, palavras trocadas... E meu coração disparou, encheu de ar, como o ar de quem se inspira, inspira e respira o rastro deixado da pessoa querida. E eu só tinha falado para a menina um pouco do meu momento. Só tinha lhe dito parte de quem eu sou. Então o coração estourou, se dissipou, os ventos - furacões e tornados - se dissolveram, sumiram e causaram destruição, transtorno nas cidades, até nos mais simples povoados que cercam este coração... que um dia se iluminou com um nome.

As luzes se apagaram, e eu dormi. No dia seguinte não precisei mais de óculos para enxergar o nome da menina, mas meu coração me disse que cega estou. A menina não existe. A razão não existe. O coração se enganou e tropeçou, às cegas, por uma paixão que o desequilibrou.

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