Cometi um crime horrível. Me rendi ao Amor, o louco e ganancioso. Não sei onde esconder meus sonhos e meus Sonhos. Fui testemunha de um crime terrível, e agora não sei o que fazer com a minha mente. Onde ela está?
Tentei buscar minha razão no beco onde meu amor foi sequestrado - escuro, sujo, vazio. Só se ouve o eco da minha voz. O eco do meu sentimento; o eco do dia em que o Amor me raptou.
Esse crime me consome. Não sei como durmo todos as noites. Durmo mal, mas durmo. O Amor me envolveu, me conquistou com todo seu charme e me fez descobrir o amor. Um homem me fez mulher, e uma mulher não é mais uma menina. O Amor me tirou o que me restava de puro, e me contaminou com seu veneno - chamam, pelas ruas, de tesão. Me deu uma arma, e me disse: "ou ele ou eu; ou ela ou eu". E das atitudes fiz a arma, e das lágrimas, o sangue do assassinado. Matei o Sonho. Matei dois sonhos. Feri o Amor dos meus sonhos, o amor do Sonho.
E agora vivo assim, covarde de amar além do Amor. Estou a ponto de me entregar ao meu sequestrador, de lhe contar aonde pode estar o meu coração, pelas ruas da cidade; e quiçá um dia eu queira sair dessa.
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