quarta-feira, 20 de março de 2013

Ódio

Ódio é uma palavra muito forte, assim como o amor. Se um tem amor próprio, outro pode ter ódio próprio.

O ódio a si é ter a ciência de cada ponto de seu corpo e de sua mente. É saber que o corpo é regido por pontos finais. E desta subordinação um período composto por reticências. É poder interpretar o corpo como um conjunto de zeros, que resultam no nada. É conhecer a sintaxe do corpo e reconhecer que não é um elemento essencial; o corpo não é sujeito e muito menos predicado.

O ódio a si é ter a consciência de sua existência. Ter a percepção de que a vivência do próprio ser não é essencial. Ter o sentimento de inimizade consigo mesmo. Ter a moralidade de perceber que a ira e o rancor não são suportáveis. Ter a passibilidade de querer enfrentar as consequências da aversão a si próprio.

O ódio a si é ter a noção de sentimentos como caos. Repulsão. Raiva. Desgosto. Confusão. Paixão invertida. Vazio. Violência. Morte. Amor.

Caixa de reticências

...

Os dias são uma caixa de reticências. A cada... Momento... De dia... ... À noite... Pesadelos... ... Caindo de um abismo... Susto! Até pegar... No sono; é um pedaço de reticências. O sono é o ponto final, cada ponto se trata de um estágio diferente do sono. O sono do dia, o sono da tarde e o sono da noite:
as caixas de reticências são resultados dos pensamentos. Quando se espera por algo, se cria uma expectativa, e durante este processo... Até lá... O meio termo... O suspense.
Ou são a espera do acontecimento. Ansiedade... Nada... Nada... Nada... O nada é um silêncio que na escrita são reticências. Nada três vezes. O ponto do dia, da tarde e da noite.
Nada ou tudo, o que é nada é tudo. O silêncio diz muito. As reticências são três pontos finais. O nada são três tudos. Uma caixa de pontos finais que na verdade são reticências.