quarta-feira, 20 de março de 2013

Ódio

Ódio é uma palavra muito forte, assim como o amor. Se um tem amor próprio, outro pode ter ódio próprio.

O ódio a si é ter a ciência de cada ponto de seu corpo e de sua mente. É saber que o corpo é regido por pontos finais. E desta subordinação um período composto por reticências. É poder interpretar o corpo como um conjunto de zeros, que resultam no nada. É conhecer a sintaxe do corpo e reconhecer que não é um elemento essencial; o corpo não é sujeito e muito menos predicado.

O ódio a si é ter a consciência de sua existência. Ter a percepção de que a vivência do próprio ser não é essencial. Ter o sentimento de inimizade consigo mesmo. Ter a moralidade de perceber que a ira e o rancor não são suportáveis. Ter a passibilidade de querer enfrentar as consequências da aversão a si próprio.

O ódio a si é ter a noção de sentimentos como caos. Repulsão. Raiva. Desgosto. Confusão. Paixão invertida. Vazio. Violência. Morte. Amor.

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