O que há aí?
O que há?
Que tem aí?
Que tem você?
Que há aí de tal
habilidade que tem
em mim, que tem
em você, que toca
em mim, toca
em você; que há
de brilhante em
mim, em você, que clareia
tanto o dia, quanto
a mente, tanto o céu
quanto o coração?
Que há de revelador
sobre mim, em mim,
sobre mim, em você,
sobre você, em mim,
sobre você, em você?
O que descobriremos
sobre nós? Quando
descobriremos sobre mim?
O que descobriremos
sobre você? Quem de nós
descobrirá sobre nós?
O que há para descobrir
sobre mim, sobre você,
sobre nós?
sexta-feira, 26 de abril de 2013
sábado, 20 de abril de 2013
Ana Guadalupe
no quarto escuro
no quarto escuro não importa
se lá fora faz calor ou chuvinha
se são os zumbis ou as crianças da vizinha
às vezes dá na mesma
viver antes ou agora
se lá fora faz calor ou chuvinha
se são os zumbis ou as crianças da vizinha
às vezes dá na mesma
viver antes ou agora
nada existe no quarto escuro
se abrisse as janelas veria o cerrado
ou a caatinga ou o livro de geografia
aberto na página setenta
sobre a mesa onde está o quarto
se abrisse as janelas veria o cerrado
ou a caatinga ou o livro de geografia
aberto na página setenta
sobre a mesa onde está o quarto
ou então nada disso
veria londres ou nova iorque
grampeadas a um folheto de intercâmbio
aos pratos e bebês chorando
com molho vermelho pingando dos cantos
veria londres ou nova iorque
grampeadas a um folheto de intercâmbio
aos pratos e bebês chorando
com molho vermelho pingando dos cantos
felizmente o quarto continua seguro
cobertores e travesseiros garantem em coro
que dá até pra mudar de nome no quarto escuro
na semana passada meu sobrenome era outro
e as horas de sono chegavam a 28
cobertores e travesseiros garantem em coro
que dá até pra mudar de nome no quarto escuro
na semana passada meu sobrenome era outro
e as horas de sono chegavam a 28
no quarto escuro não importa
se as janelas não são abertas há um ano
se é chuva de vento ou a tempestade do século
se lá fora você anda sem sombrinha
e vai acabar morrendo de pneumonia
por negligência minha
se as janelas não são abertas há um ano
se é chuva de vento ou a tempestade do século
se lá fora você anda sem sombrinha
e vai acabar morrendo de pneumonia
por negligência minha
sexta-feira, 19 de abril de 2013
Antiga paixão
Não sei se é a sua boca ou o seu olhar que me deixou tão interessada em ter minhas mãos na sua cintura, para te ter mais perto de mim. Enquanto acaricio, ternamente, suas costas, quero por seu cabelo de lado, para que nunca haja distância entre a minha boca e o seu pescoço. Vou dizer, a cada suspiro seu, o quanto está linda; e sussurrar com meus lábios nos seus, como eu te quero. A paixão é intensa, e meu desejo por você ultrapassa limites.
Joana ou Sofia
De música nada entende, mas sabe tocar alguns acordes. Ora, algo conhecia, sim. Era pouco, mas era sua melodia a que anos aprimorava. Era Sofia, ora era Joana. Joana têm dedos espertos, mente esperta, agilidade esperta, música esperta, mas lhe falta confiança para ser de todo esperta. Joana é adúltera; rouba de terceiros a paixão necessária para existir. Mas não a toma por todo, afinal, de tudo que sabe, Joana é esperta, e sabe que paixão de outro não é a paixão que constrói a confiança. Sofia sabe disso também, mesmo não sendo esperta. Sofia tentava, mas Sofia não era Joana. Ora era, ora não. Ora essa, Sofia sofria, sofre em silêncio porque não sabe fazer música, ou falar, muito menos parafrasear. Sofia sabe olhar as horas, e estas são suas inimigas, porque ora é hora de sofrer, ora é hora de morrer.
Assinar:
Postagens (Atom)