segunda-feira, 29 de julho de 2013
Crônica de um ônibus
Se, por um minuto, eu tivesse pensado certo. Se eu tivesse escolhido já a camiseta certa a vestir, a maquiagem a usar, o sapato a calçar, o horário de sair. Se tivesse me resolvido antes, não teria perdido um ônibus. Mas eu perdi, perdi e estou no ponto do ônibus, prestes a um colapso, porque eu perdi um ônibus. Se eu estivesse nele, agora, já estaria onde eu deveria... Gostaria, talvez não deveria, mas onde eu, na minha cabeça, pensei de súbito que gostaria muito de estar. Saí com pressa, no banho pensei na roupa, enquanto penteava o cabelo no sapato, e, se, por um minuto, eu tivesse me antecipado, estaria já lá. Estaria com a mulher com quem eu quero e gostaria de estar. Nesta noite de ventanias só consigo querer estar entre ventos, com a cabeça nas nuvens, na companhia dela. Saí de casa de repente, dura, dura na carteira e dura por ela. Dura da cabeça, porque me esqueci de comer. Se eu me esqueço de comer, seria dura com ela. E, se, por um minuto, eu tivesse me decidido antes, não estaria com fome. E agora estou dura da barriga e dura por ela. Voltar para casa não é opção, nem por um minuto, quando estou assim, decidida a encontrá-la, mesmo que dura de cabeça, barriga e carteira, mas cheia e explodindo por ela. Dura por ela. E assim vou me manter até que passe um novo ônibus.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Você chegou e foi a melhor coisa do mundo
ResponderExcluirVocê é a melhor coisa do mundo
ResponderExcluirQueria ser um ônibus pra te levar pra longe...
ResponderExcluirPaciência & Persistência pra ter você...
ResponderExcluir