quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Unidade constante

Se tenho saudade, é da inocência. Da ingenuidade de um sentimento forte, denso e intenso, ao mesmo tempo frágil. Não das noites de amor, das manhãs de companheirismo, mas do que brilhava sob as nossas cabeças. E de como compartilhávamos essa luz.

Se sinto falta, é da paz. Não da fulgacidade da paixão. Não da divergência corporal - quase sensual. Da amizade, sim. Das confidências, mas das sensações... Não sabia mais lidar.

Se ainda espero, é a espera de uma constante. Um corpo que me seja constante, junto com um coração que me seja constante. Não aguardo um vazio ou a chegada do frio. Espero um só. Não três, não dois, uma unidade de pessoa - de alma e físico, emotivo e lírico.
Que venha aos poucos, como as gotas de uma chuva: uma por uma. Que venha... Numa próxima estação de chuva.

Um comentário:

  1. Há a espera. Há a constância.
    Há também uma dialeticidade.
    Uma hora unifica (tudo)... e torna-se desnecessário esperar.

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