domingo, 20 de outubro de 2013

Vida de cinzas

Eu sei que a culpa é toda minha. Se eu sofro é por mim, se eu me perco é por mim, se eu esqueço é por mim, se eu fraquejo, unicamente por mim. Não há desculpas que possam deduzir ou solucionar ou apenas silenciar o problema. Por mim, eu sinceramente não sei o que faria. Por você, é uma pena, mas você não se inclui nessa história. Então, por mim, eu poderia estar grogue por agora ou por ora, poderia estar faminta, de ideias e de fome, poderia esfriar meu corpo no externo e me manter quente de ira internamente. Não quero congelar ou queimar, mas ah, como eu me queimo de ira, queimo palavras, queimo olhares, queimo cigarros e de mim sai fumaça, pela cabeça, pela boca, pelo ouvido, porque eu quero silêncio, silêncio dentro de mim, então eu queimo, queimo tudo o que tem dentro, e só sai fumaça e cinzas, que estão espalhadas pela casa, pelas roupas, e deixaram minhas roupas cinzas, ou até pretas, e daí são as únicas cores que visto, porque até minhas roupas se queimaram ao entrarem em contato com a minha pele, e dela surgiu uma caveira, porque meu rosto também se queimou, então tenho uma caveira em minha pele, porque a carne já sofreu, agora restam aos ossos, já frios.

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