Cielo
mirando el cielo
me digo que es celeste desteñido (témpera
azul puro después de una ducha helada)
las nubes se mueven
pienso en tu rostro y en ti y en tus manos y
en el ruido de tu pluma y en ti
pero tu rostro no aparece en ninguna nube!
yo esperaba verlo adherido a ella como un
trozo de algodón enyodado dentro de la tela adhesiva
sigo caminando
un cocktail mental embaldosa mi frente
no sé si pensar en el cielo o en ti
y si tirara una moneda? (cara tú seca cielo)
no! tu ser no se arriesga y
yo te deseo te de-se-o!
cielo trozo de cosmos cielo murciélago infinito
inmutable como los ojos de mi amor
pensemos en los dos
los dos tú + cielo = mis galopantes sensaciones
biformes bicoloreadas bitremendas bilejanas
lejanas lejanas
lejos
sí amor estás lejos como el mosquito
sí! Ese que persigue a una mosquita junto
al farol amarillosucio que vigila bajo el
cielo negrolimpio esta noche angustiosa
llena de dualismos
quinta-feira, 23 de outubro de 2014
quarta-feira, 22 de outubro de 2014
Te permita titubear.
Se deixe discursar como queres,
sem ter de deixar
de pensar em muitas pessoas,
ou pensando em uma só,
em uma identidade,
ou uma entidade.
Imperative o espelho,
o dedo que se aponta,
o dedo que te aponte.
Aproveite a populaçao
em todas suas instâncias,
em todos teus instantes.
Apronte-se, reflete-te,
tente se misturar e fundir:
seja lava de letras,
seja calor que consome,
seja palavras expelidas
que se dilataram interiormente.
Seja sem fim
domingo, 5 de outubro de 2014
Quartinho
Você está em um quartinho no meu coração. Mesmo que não fisicamente, como antes, quando costumava transitar por todos os cômodos, e seus passos deixavam rastros iluminados de todas as cores. Jamais houveram passos negros, ou passos em falso, salvo tropeços, mas o que é uma queda quando se tem alguém ali para lhe dar a mão e lhe erguer de novo. Nesta casa eu não dormia; não havia cansaço do amor ou escapatória da realidade, era música em forma de felicidade, e eu dançava sem me cansar ou deixar de me divertir, "essa música só se dança junto".
Às vezes eu me trancava no meu quarto, confabulando contra as vontades, e você batia à minha porta, me chamava para sair, me convidava para copos e abraços. Deixei tudo como estava e fui até você. Não sei se foi o mais correto deixar estar, mas foi a luz que escolhi receber: sua companhia envolvente que tranquilizou qualquer terremoto ou maremoto possível de fazer desabar meu coração.
Mas agora você está nesse quartinho trancado, o qual ainda tenho as chaves de volta às memórias. Ocasionalmente eu o visito, sem saber o motivo de ter ido parar lá. Mas de que adianta entrar, me sentar no chão, encolher os joelhos, fechar os olhos, e reviver os momentos em que aqui estivemos, por mais lágrimas que caiam, por mais carinhos que nos rodeiem, por mais dores que passemos? No quartinho agora só há eu, e você, que não está mais fisicamente. Você, fisicamente, está por ai, transitando por outro coração, alegre e corriqueira, com seus passos, suas cores e suas canções.
Onde estarei no seu coração?
Às vezes eu me trancava no meu quarto, confabulando contra as vontades, e você batia à minha porta, me chamava para sair, me convidava para copos e abraços. Deixei tudo como estava e fui até você. Não sei se foi o mais correto deixar estar, mas foi a luz que escolhi receber: sua companhia envolvente que tranquilizou qualquer terremoto ou maremoto possível de fazer desabar meu coração.
Mas agora você está nesse quartinho trancado, o qual ainda tenho as chaves de volta às memórias. Ocasionalmente eu o visito, sem saber o motivo de ter ido parar lá. Mas de que adianta entrar, me sentar no chão, encolher os joelhos, fechar os olhos, e reviver os momentos em que aqui estivemos, por mais lágrimas que caiam, por mais carinhos que nos rodeiem, por mais dores que passemos? No quartinho agora só há eu, e você, que não está mais fisicamente. Você, fisicamente, está por ai, transitando por outro coração, alegre e corriqueira, com seus passos, suas cores e suas canções.
Onde estarei no seu coração?
sábado, 4 de outubro de 2014
Jorge Luis Borges
El sur
En el hall de la estación advirtió que faltaban treinta minutos. Recordó bruscamente que en un café de la calle Brasil (a pocos metros de la casa de Yrigoyen) había un enorme gato que se dejaba acariciar por la gente, como una divinidad desdeñosa. Entró. Ahí estaba el gato, dormido. Pidió una taza de café, la endulzó lentamente, la probó (ese placer le había sido vedado en la clínica) y pensó, mientras alisaba el negro pelaje, que aquel contacto era ilusorio y que estaban como separados por un cristal, porque el hombre vive en el tiempo, en la sucesión, y el mágico animal, en la actualidad, en la eternidad del instante.
Do livro: Ficciones.
En el hall de la estación advirtió que faltaban treinta minutos. Recordó bruscamente que en un café de la calle Brasil (a pocos metros de la casa de Yrigoyen) había un enorme gato que se dejaba acariciar por la gente, como una divinidad desdeñosa. Entró. Ahí estaba el gato, dormido. Pidió una taza de café, la endulzó lentamente, la probó (ese placer le había sido vedado en la clínica) y pensó, mientras alisaba el negro pelaje, que aquel contacto era ilusorio y que estaban como separados por un cristal, porque el hombre vive en el tiempo, en la sucesión, y el mágico animal, en la actualidad, en la eternidad del instante.
Do livro: Ficciones.
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