sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Nós

Com os meus dedos entrelaçados aos do rapaz, tive que desprendê-los repentinamente. Eu não queria, mas o fiz. Na realidade... eu quis sim; quis tocar a pele da moça ao meu lado com a ponta dos meus dedos, e acariciar o seu rosto, até chegar em seus olhos. Fechá-los com as minhas palavras, e assim assustá-la quando minha boca fosse ao seu encontro. Mas isso não aconteceu. Soltei a minha mão protegida pelas mãos do rapaz, por costume, por mania.
Afrouxei o nó tão forte que havíamos feito, mas não foi difícil apertá-lo e fortalecê-lo novamente.

Lembrei-me de que o nó mais apertado é aquele feito pela pessoa fortalecida, e o mais fraco pela pessoa esquecida. Neste momento eu quis que existisse um "nós", quis permanecer com os meus dedos sob os do rapaz, e assim amarrá-los.

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