segunda-feira, 21 de novembro de 2011
Cigarro
Voltando da estrada, parei na esquina fria, às 6 horas da manhã, para fumar, pensar; dançar para esquentar; dançar para acordar; dançar para me lembrar; dançar para me fechar; dançar para cantar... Cantar aquela canção que tanto dizia sobre vencer e viver, dançar aquela canção que tanto queria ser o que era caber e ceder, tocar aquela canção que eu tanto sentia que era perder e pender. Pensar sobre pendências, vivências, imensas promessas, conversas imersas na neblina da nuvem do nenhum... Nenhum lugar, nem para amar, nem para almejar, nem para crescer, nem para suspender, ou emergir, diminuir, ou rir. Pensamentos propensos, pretenciosos, dispostos, impostos pela oclusão da glote, gutural, de um grito que vem da garganta, que arranha, e vela, veloz, vem vindo, o vento do pulmão, para os lábios, vorazes, da voz. Vem de cor. Cor de coração. Cordis. Cordial. Dinamite que dilata dentre os dentes. E sai... A fumaça, e foi-se com o fogo, suave, sensitiva, sem sentido, sem ferocidade, sem mais velocidade, acabou-se a invenção, saiu toda a fumaça da feminilidade. Fui-me porque cigarro acabou.
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