terça-feira, 10 de novembro de 2009

Involuntário

Desceu do ônibus apressada e cansada, junto com sua mãe. Correu o olhar para o último passageiro, e foi correspondida, acompanhando-o até sair de sua vista. Não pôde evitar de sorrir.

- Por quê está rindo?
- (Após tanto tempo consegui sentir confiança apenas com um encontro de olhares; rir e gozar da minha mais boba e espontânea felicidade. Um belo garoto me sorriu, é por isso.)
Nada. - Não conseguiu mudar a feição, e soltou gargalhadas involuntárias. - Não me pergunte, senão rio mais!

A imagem do menino não lhe saía da cabeça, provocando mais risos; de alívio e de desejo. Escondeu-os, enfim.

- Ria mesmo. Anda tão desanimada... Pode rir! - E a mãe segurou-lhe as mãos até o caminho de casa.

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