segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Suicídio

Não creio que o suicídio seja covardia. Talvez sejam covardes aqueles que desistam logo nos primeiros dias de intensa dor, ou de grandes dificuldades; os que nem ao menos tentaram.

Não é a ausência de intenções que faz da vida de uma pessoa um poço infindável de sofrimento. Ela pode até querer sair de lá, porém quanto mais tenta escalar, mais escorrega para o fundo, de encontro com o forte baque que é o chão, ou a morte; mais conhecida como limite. É a tênue linha entre as últimas coisas que a deixaram viva, como a família e amigos queridos, e a paciência de ter persistido até então. A vida pode ser extremamente insuportável, e tentar lidar com isso é a tarefa mais complicada de todas, pois as razões, os motivos e os sonhos se foram, e tudo torna-se mecânico. Viver apenas com a oportunidade mais viável que surge.

Ao ultrapassar o limite, penso que não existe outra solução, senão a morte. Enquanto a pessoa continuar viva, afundará cada vez mais na sua depressão, e então será um morto-vivo. A dor tornou-se maior que qualquer amor existente, e não tem nada mais que a prenda aqui. Não será feliz nunca mais. Morrerá por amor.

Não tenho uma mente suicida, nem conheço uma. Talvez eu saiba um pouco sobre seus princípios, mas estou indecisa.

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